1 de novembro de 2014

Medos

Tive há dias o segundo momento em que não gostei especialmente de estar grávida. Não no sentido de não querer estar, apenas a sentir que as mudanças no corpo são de tal ordem profundas que não controlo mesmo nada do que me está a acontecer. 
E isso... assusta-me.

Têm sido noites desesperadas com dor ciática e sem nenhuma posição para dormir. Um cansaço imenso, um corpo e alma a pedirem repouso e em troca: dor, incómodo, dificuldade em respirar, tensão baixa, um relógio a marcar mais um minuto, e outro e outro...

Uma madrugada, já desesperada com a dor, e atormentada pela culpa, levei as mãos à barriga e vi-me, num lamento, a pedir desculpa a este pequeno ser que cresce dentro de mim.

Faltam três meses. 
A barriga vai crescer (ainda) mais.
O espaço lá dentro será mais e mais pequenino. 
A probabilidade da ciática melhorar é pequena.
A azia será fiel companheira.
Não ter posição para dormir será rotina.
As idas nocturnas à casa-de-banho vão aumentar (ainda) mais.
A ansiedade tenderá a crescer. 

E isso... assusta-me porque creio que tudo isto, quando comparado à missão maior que me espera, tem uma importância do tamanho de uma cabeça de alfinete. 

6 comentários:

  1. como sabes leio-te sempre( apesar de raramente comentar.)
    o brilho dos teus olhos e o entusiasmo nas tuas palavras quando falas desta bebe jamais te poderão fazer duvidar se seras capaz
    estes medos são apenas isso medos
    nao lhes des ouvidos
    continua como tens feito a dar graças por este milagre que tens a caminho

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    1. Sim, ciáticas à parte .......sempre sempre muito grata! <3

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  2. com dias a fio sem descansar com dores e receios naturais deste trimestre não esperes estar aos saltinhos de contente ;)
    A dor não nos deixa ver com clareza.
    Estes momentos não definem a tua gravidez, e muito menos, quem tu és!
    Beijo
    MJ

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    1. Obrigada por me lembrares daquilo que é o mais importante: a Essência!

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  3. Pois, minha querida, isso é tão natural. Defini a gravidez em três etapas, coincidentes com os trimestres: a primeira, de mudança hormonal; a segunda, de mudança física; e a terceira, de mudança psicológica. Qualquer uma delas, cada uma à sua escala, nos lembram de que somos humanos. Os medos, por mais pequeninos que possam parecer, são sempre legítimos.

    Hoje, tive um início de manhã particularmente difícil (onde tudo correu mal). Depois de ter desabafado no blogue, a primeira coisa que fiz foi vir ao teu, pois sabia que encontraria alguma paz... Não me enganei!

    Beijocas grandes, minha querida!

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    1. És uma querida! :)
      Já fui dar uma leitura e deixei um "miminho"...
      Beijo

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