Sempre me considerei uma pessoa apressada e impaciente.
De há uns anos para cá esta tendência mudou e desde que engravidei sinto que as mudanças são ainda maiores.
Dou comigo a ter um enorme prazer em desfrutar os momentos de forma muito mais pausada e serena.
Hoje, logo pela manhã, vi as notícias anunciando o Dia Mundial da Prematuridade. Recordei o tempo em que fui voluntária no Hospital da Estefânia e de um bebé prematuro que tive nas mãos.
Era um de trigémeos e quase ninguém arriscava em lhe tocar.
Eu, pelo contrário, sentia-me fascinada por aquele pequenino ser identificando-me com a sua pressa e impaciência para chegar ao mundo.
A mão dele era do tamanho da ponta do meu polegar e apesar de algumas complicações, teve uma evolução favorável, tal como os casos que hoje reportava a televisão. Todos à excepção da pequena Margarida para cuja campanha solidária eu contribuí.
Senti um aperto enorme e desliguei a TV.
Pedi à minha bebé que relaxe, que desfrute do casulo de Amor em que está transformada a minha barriga.
Pedi-lhe tempo, paciência e serenidade.
Mas a este dia, pedi que passe depressa, muito depressa.
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